Nosso Carisma

Dom Giuseppe preferiu usar os termos “casa” e “família” para denominar o primeiro núcleo fundado para abrigar os surdos. E nunca quis mudar esses termos por causa de tudo aquilo que eles representam. Nas Regras da Pequena Missão para Surdos aprovadas pelo cardeal Domenico Svampa, arcebispo de Bologna, em 1903, ainda hoje se vê inalterada a afirmação de que “os surdos formam a nossa família , a nossa ocupação, a nossa vida”.É este espírito de família, que é também espírito de sacrifício, que produziu e continua produzindo frutos.

A família supõe e postula a convivência. Eis o nosso projeto de vida: “ser família de Deus” em meio aos surdos.Dom Giuseppe Gualandi trabalhou muito em torno a esse projeto, obtendo no ano de 1872, a aprovação das primeiras regras da família dos surdos sob a proteção de São José e São Francisco de Sales. Há quem pense que depois da morte de Dom Cesare, com o acúmulo de ocupações, que o impulso missionário de Dom Giuseppe tenha se acalmado, muito pelo contrário, ele uniu suas forças para dilatar ainda mais o bem a um número maior de surdos.

Quando Dom Giuseppe repetia , em oração, o mandato de Jesus: pregar o evangelho a toda a criatura.. também aos surdos! Entenda-se, estender a ânsia de seu coração a todos: surdos e surdas. Não se podia esquecer que o primeiro passo sobre esse caminho, o havia feito com os alunos das condessas Ranuzzi. As dificuldades, as divergências, as incompreensões sempre se fizeram presentes na vida Dom Giuseppe Gualandi, mas o bem desejado por ele começa a ser expandido. As favoráveis circunstancias se realizavam no ano de 1905, quando o mesmo afirmava que a Providência não tem pressa! Assim, o bem começa a universalizar-se, mas o seu desejo permanece sempre em sua mente e em seu coração. Nossa pesquisa nos leva a crer que, na casa de Bologna entre 1850 e 1907, ano da morte de Dom Giuseppe, passaram surdos de quase todas as regiões da Itália. Era o principio da universalização de seu projeto.

(Traduzido de Atti della giornata di Studio in ocasionde Del 90º anniversario della morte di D. G. Gualandi, Aprile 1997, p 23-36)
Pe. Delci Filho, PMS